sexta-feira, março 14, 2008

4ª feira, Março 12, 2008 - Se o David Fonseca fosse uma mulher, era ela.

Quarta à noite no MusicBox não começou por correr muito bem, não. Espera de 1hora e meia à porta, nas imediações de toldos que diziam "Lap Dance" e " Non Stop Strip", muito frio para a roupa que trazia e dores nas costas e pés. "- Mas eu nem conheço músicas nenhumas, só uns singles que dão na rádio! És tão estúpida, não estavas melhor em casa?", lamentava eu. " - Nome na guest list, têm?", " - Não, qual nome na guest list, qual quê. Quero é despachar isto", lamentava eu outra vez. A minha expectativa rapidamente foi substituída por um ligeiro mau humor.
Entrámos. Pisei o porteiro sem querer, mas deu-me gozo, confesso. " - Toma lá, que esta foi por aquilo da guest list, e pelo tempo que me deixaste ao frio a olhar para as placas das Ruas dos Alecrins e dos Carvalhos, que não existem". (voz off: tom de vingança). 6euros para o concerto, já se sabia. O espaço era novidade e não desiludiu. Lentamente os cantos dos meus lábios elevavam-se e eu parecia eu outra vez, como quando saí de casa. " - Ah e tal...não vou beber cerveja, quero uma vodka laranja. É isso. Vais buscar? Obrigada. (...) Quanto é que foi? O quê? A senha de 2euros mais 3euros? Mais me valia ir enfrascar-me para o Lux...". A coisa não me estava a agradar - e os cantos a descerem outra vez.
Luzes. Ela entra. Nós mesmo à frente, mesmo ao centro. Até o microfone me tirava ângulo de visão, mas a coisa torna-se mais intimista. " - Ouve lá, não sabia que ela era tão gira". Linda de morrer, vestido preto, eyeliner, collants vermelhos translúcidos e os inevitáveis sapatos da inevitável côr. Tenho quase a certeza que a senhora ao meu lado está apaixonadíssima por ela. " - Boa noite, desculpem a demora, tivemos uns problemas...", diz ela. " - Ah ok, já estou a gostar mais."
'The begining song' foi a primeira, e logo me prendeu; nem precisava de mais nenhum acorde para perceber que a voz dela anda perto do que deve ser a afinação perfeita. É doce a voz, é límpida e sincera nas letras que canta, que me fazem imaginar sempre o mesmo 'Hey Tom', o culpado por um qualquer desgosto amoroso. Todos os músicos de ténis vermelhos: achei piada. Fotografei, filmei, achei por bem registar a minha localização tão próxima do palco. Em grandes concertos, com fãs histéricos nunca posso, nunca dá, há que aproveitar.
Perante um público interessado, mas pouco entusiasta, (provavelmente das dores da fila de espera), ela dançou e tocou os seus "sete instrumentos", numa postura de menina-mulher que encontrou a dose exacta de rock n' roll e sensualidade.
Rita Red Shoes - nem precisava de escrever que os meus lábios já sorriam, pois não?

8 comentários:

pegueitrinquei disse...

Parece que perdi uma noite em grande... Mas deixa lá, depois do teatro fui para um parque infantil realizar fantasias e desci aquelas barras meio bombeiros/meio club de strip com uma moca que tu já conheces...

ahahhaa

Jaime disse...

Eu cá fui para a cama. Mas gramei a descrição (incluindo a "pizza porteiro"!)

Maria del Sol disse...

Que inveja, Ema. Gosto tanto da menina Dorothy-meets-Bowie (palavras da própria Rita), mas com a vida que levo agora saídas à noite estão quase totalmente descartadas :(

By the way, para quando o nosso próximo convívio? Desta vez a H4rddrunk3r tem de vir também! :)

Maria del Sol disse...

Saídas à noite durante a semana, entenda-se!

Menphis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Menphis disse...

Ainda me lembro dela, uma miudinha com a varinha de condão nos Atomic Bees.

Agora cresceu, fez-se mulher, e sim, é linda, além de ter uma carreira musical a prometer muito.

Certamente, será um álbum para eu comprar e um dia tenho de ver um concerto dela. Sei que hoje anda pelos meus lados, mas hoje ela apanhou-me desprevenido.

Anónimo disse...

valeu a pena aturar os fotógrafos e o ligeiro torcicolo. Se valeu!
Vejam lá que um certo "actor/DJ", que foi convidado para ser júri do FLAE, estava a passar som lá e quando o abordei sobre o facto de ele não ter respondido a uma série de e-mails, me despachou... mas não fiquei chateado. Nem perto disso. Estava bem-disposto, alegre. Os sapatos vermelhos tinham enchido o espírito e não era aquela arrogância (não sei se momentânea, se não) que me iria fazer ir para casa aborrecido. E para lá fui a cantarolar as belas cantigas, a assobiar, a murmurar... enfim. Bela noite com as meninas de Berlim e a Ana (prazer em conhecer-te). Valeu a pena o frio, a espera e o pé do segurança. Tudo o resto são histórias ostracizadas.

Lucas Freire

Betty Coltrane disse...

que inveja!!! não posso fazer nada dessas coisas por aqui... :(