quinta-feira, abril 10, 2008

Era uma vez uma senhora que tinha um gato e um senhor que tinha uma gata. E a gata odiava o gato, e o gato, às tantas, já odiava a gata. E como a senhora era, ela mesma, uma gata, já odiava a outra também, e o senhor punha as garras de fora para o gato e fazia-lhe ffffffffff, por causa da gata. Vai na volta, o senhor odiava a senhora e a senhora odiava o senhor. Não por causa dos gatos. Por mágoas passadas, por coisas que o tempo não devolve, por feridas não abertas, não. Fechadas, disfarçadas pela quantidade certa de fond de teint. E eu sei que o senhor amava a senhora da maneira neurótica que a sua existência lhe permitia, e que a senhora o podia amar, não fosse o fond de teint. Os gatos são o transfere da luta intrínseca para o terreno, são a toma de partidos, de clubes. É assim que funciona. E não viveram felizes juntos, nem para sempre.




Relatório de estágio acabado, depois da maior ausência de sempre, voltei, com um texto esquizofrénico.

7 comentários:

Inspirado disse...

e mesmo com esse texto parvo... fazias cá falta... :-)

pegueitrinquei disse...

Sinto aqui alguma esquizofrenia em catadupa, de facto. Mas estou tão habituada a estes diálogos de bichas do demónio todos os dias, que já nada me choca.


Um bem haja e bem vinda de novo, minha senhora!

Jaime disse...

E voltaste em força, cheia de garra! :-)

Anónimo disse...

weee até q enfim que voltaste! esquizofrénico ou não gostei do texto! :)

Anónimo disse...

e k regresso...

Maria del Sol disse...

Felinos assanhados e casais a condizer. A perfeita antítese do conto de fadas.

Welcome back! :)

RC disse...

E a morte não os chegou a separar. verdade?

Xi.